Recolha de amostras. Foto: Joana Paupério

A trabalhar para saber como estão os nossos mamíferos

Genética ajuda Livro Vermelho a confirmar ocorrência de mamíferos

(Novembro/2020) A monitorização genética das espécies baseia-se na análise de uma ou mais regiões do ADN que detêm informação suficiente para a sua distinção, ou seja, que funcionam como “códigos de barras”. 

Nos últimos anos, o grande progresso na genética permitiu criar bases de dados desses “códigos de barras”, a nível mundial, que armazenam informação de um vasto número de espécies animais e vegetais. Além disso, os recentes avanços na sequenciação massiva do ADN tornaram acessível a monitorização das espécies através do ADN ambiental, isto é, do ADN que fica depositado no ambiente (p.ex. urina, excrementos, pelos), sendo assim considerada uma amostragem genética não invasiva.

Armadilha de pelo. Foto: Mónica Nakamura

Estas ferramentas moleculares estão a ser aplicadas neste projeto, permitindo confirmar com maior precisão a ocorrência das espécies de mamíferos em Portugal, uma vez que já reunimos a informação de referência (“códigos de barras” genéticos) para todas as espécies deste grupo que ocorrem no país. 

Estas espécies são na sua maioria elusivas e, por isso, difíceis de detetar e amostrar através de métodos tradicionais como a observação direta ou através de índicios de presença, como pegadas e excrementos. Assim, a utilização da genética não invasiva possibilita a obtenção de informação sobre a distribuição e ecologia destas espécies com maior facilidade, e sem causar perturbação nem impacto direto nas populações. 

Laboratório do CIBIO – Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Recursos Genéticos. Foto: Filipa Martins

Estas metodologias de genética não invasiva, além de permitirem determinar a distribuição atual das espécies alvo, têm possibilitado também a clarificação de questões taxonómicas, a identificação de unidades evolutivas crípticas (cuja distinção não é possível através da morfologia externa), bem como a identificação de situações de hibridação entre populações selvagens e domésticas, sendo este último aspeto, por exemplo, muito relevante para a conservação do gato-bravo. 

Com a monitorização genética através do ADN ambiental, iremos gerar informação fundamental para a conservação dos mamíferos em Portugal.


Equipa de genética do projeto:

Paulo Célio Alves, Joana Paupério, Hugo Rebelo, João Queirós, Francisco Álvares, Pedro Monterroso, Susana Lopes, Diana Castro

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