Lince-ibérico (Lynx pardinus). Foto: ICNF

A trabalhar para saber como estão os nossos mamíferos

Espécies do Livro Vermelho: Curiosidades sobre o lince-ibérico

O lince-ibérico (Lynx pardinus) é o maior felino de Portugal, onde começou a ser reintroduzido em 2015 e está ainda hoje ameaçado de extinção. Pode ser encontrado em especial no Parque Natural do Vale do Guadiana e áreas circundantes.

Quanto mede e pesa

Este mamífero mede 80 a 110 centímetros de comprimento corporal, entre 11 e 13 centímetros de cauda e ainda 60 a 70 centímetros de altura ao garrote. Este último conceito traduz-se na distância entre a base da pata e a região proeminente onde se unem as espáduas (região das omoplatas nos humanos) e é habitualmente usado para medir animais quadrúpedes. 

Quanto ao peso, varia entre 8 a 10 quilos no caso das fêmeas, e entre 11 e 15 quilos relativamente aos machos.

O que come

O lince-ibérico é especialistas em coelho-bravo, que pode representar entre 80 a 100% da biomassa consumida na sua dieta, mas pode também recorrer, como recurso secundário, a micromamíferos, ungulados selvagens e aves.

… e que animais é que o comem

Nenhum animal, uma vez que se trata de predadores de topo.

Onde vive

Em mosaicos de florestas mediterrânicas de bosque e matagal intercalados com pastagens naturais e artificiais. Este habitat é também favorável à ocorrência do coelho-bravo, que é a sua principal presa.

Quantos anos vive

Este mamífero pode viver até 16 anos.

Quantas ninhadas tem por ano e com quantas crias

O lince-ibérico tem uma ninhada por ano, com 2 a 3 crias, em média. A gestação dura cerca de dois meses.

Quais são as suas estratégias de caça

Espera, perseguição e captura. Este lince está adaptado a caçar animais que vivem em buracos e tocas, em relação aos quais a melhor estratégia é manter-se no solo quieto e agachado, à espera de que a presa se afaste o suficiente da entrada para não lhe dar tempo de fugir.

Onde se pode encontrar em Portugal

Os registos recentes de presença em Portugal correspondem aos locais de reintrodução – as primeiras libertações ocorreram em 2015 no Parque Natural do Vale do Guadiana e áreas circundantes – e a zonas próximas de expansão, ocorrendo reprodução natural desde 2016. Há também registos esporádicos noutras zonas do país, resultantes de movimentos dispersivos de indivíduos libertados e posteriormente fotografados ou atropelados em várias regiões.

O que nos fascina e surpreende nesta espécie

O facto de ser o maior felino de Portugal e por ser tão elegante e belo.

Qual o seu papel na manutenção de ecossistemas saudáveis

Controlar a abundância de outros predadores (como a raposa e o sacarrabos), diminuindo a pressão que existe sobre a sua principal presa, o coelho-bravo, que constitui também a principal presa de outras espécies igualmente ameaçadas como a águia imperial. Também ajuda na seleção dos exemplares mais sãos. 


Autor: Marta Dias

Marta Dias é membro da equipa do projecto do Livro Vermelho dos Mamíferos. É estudante de mestrado de Biologia da Conservação, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, com particular interesse no grupo dos mamíferos carnívoros.

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