Golfinho-comum (Delphinus delphis). Foto: ©SPVS

A trabalhar para saber como estão os nossos mamíferos

Espécies do Livro Vermelho: Curiosidades sobre o golfinho-comum

Baptizado com o nome científico Delphinus delphis, o golfinho-comum está amplamente distribuído por toda a costa portuguesa. Aprenda mais sobre este mamífero marinho.

Quanto medem

Os machos são maiores que as fêmeas, podendo medir até 230 cm, havendo variação de tamanho conforme a localização geográfica. 

O que comem

O golfinho-comum, em termos de preferências alimentares, é considerado uma espécie oportunista, uma vez que a sua dieta se baseia na abundância e disponibilidade de alimento. Alimentam-se de espécies pelágicas que formam cardume tais como carapau, sardinha, cavala. Os cefalópodes têm pouca importância na sua dieta.

Quantos anos vivem

Esta espécie pode atingir uma longevidade máxima de cerca de 30 anos, as fêmeas atingem a maturidade sexual entre os 2 e 8 anos enquanto os machos atingem a maturidade sexual entre os 3 e os 12 anos. O comprimento total dos indivíduos quando atingem a maturidade sexual é, em média, de 200 centímetros no caso dos machos e 190 centímetros no caso das fêmeas. 

Época de reprodução e duração da gestação

Na costa portuguesa os picos de reprodução ocorrem essencialmente na primavera e no verão. O período de gestação desta espécie varia entre os 10 e os 12 meses e o período entre gestações pode variar entre 1 a 3 anos. 

Estratégias de caça

Os golfinhos-comuns podem caçar individualmente ou formar grupos para caçar cooperativamente presas que formam cardume. É usual observarem-se grupos de golfinhos-comuns a alimentarem-se em zonas de concentração de presas, associados a outras espécies de cetáceos e aves marinhas.

Onde vivem estes marinhos e onde se podem encontrar em Portugal

As populações desta espécie distribuem-se amplamente em águas tropicais e temperadas, ocorrendo principalmente em zonas de elevada produtividade, nos oceanos Atlântico e Pacífico. Em Portugal esta espécie é amplamente distribuída por toda a sua costa tanto próximo da costa como em zonas mais oceânicas. É a espécie de mamífero marinho mais abundante de Portugal Continental.

Principais ameaças que enfrentam

As maiores ameaças à sobrevivência desta espécie são a captura acidental em artes de pesca. A pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, e redes fundeadas (emalhar de 1 pano e tresmalho) são as principais artes de pesca que afetam esta espécie em Portugal. Esta espécie é a mais frequente nos arrojamentos detetados na costa portuguesa com evidências de captura acidental.

Que papel têm na manutenção de ecossistemas saudáveis

Os cetáceos tratam-se de predadores de topo, o que lhes confere um papel importante nos ecossistemas marinhos, nomeadamente nas relações tróficas, uma vez que a sua interação com as suas presas afeta a estrutura e dinâmica destes mesmos ecossistemas. 

Qual é o seu comportamento

Esta é uma espécie gregária que ocorre em grupos numerosos que podem ter até centenas de indivíduos.  Dentro dos grupos, os animais podem segregar-se de acordo com o sexo ou com a maturidade sexual dos diferentes indivíduos. O tamanho do grupo varia sazonalmente e consoante a altura do dia. Aproximam-se com frequência da proa das embarcações e podem acompanhá-las durante bastante tempo. São nadadores rápidos e acrobatas por excelência, executando diversos tipos de saltos (incluindo mortais), chapões na água e muitas brincadeiras com as barbatanas.


Autoria: Marisa Ferreira

Marisa Ferreira é membro da equipa do projeto do Livro Vermelho dos Mamiferos. É membro da Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem, co-coordenadora da Rede Regional (Norte) de Arrojamentos e do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, com particular interesse em mamíferos marinhos e na sua interação com atividades humanas.

Beneficiário

Parceiro

Cofinanciamento

Cofinanciamento

Cofinanciamento

Cofinanciamento