Cachalote-pigmeu (Kogia breviceps) ©Sergio Mtz, CC-BY-NC 4.0

A trabalhar para saber como estão os nossos mamíferos

Espécies do Livro Vermelho: Curiosidades sobre o cachalote-pigmeu

O cachalote-pigmeu (Kogia breviceps) tem um saco nos intestinos que contém um fluido vermelho-escuro. Quando assustado, expele este líquido que forma uma nuvem para confundir ou desorientar os predadores.

Quanto medem?
Ao nascer têm cerca de 1,2m e 50 kg de peso, chegando a cerca de 3,5m quando atingem a maturidade. Os adultos pesam cerca de 400kg.

O que comem?
A análise de conteúdos estomacais de cachalotes-pigmeus arrojados indicam que estes se alimentam principalmente de cefalópodes oceânicos. Também há registos de consumo de crustáceos de profundidade e alguns peixes.

Onde vivem e onde se podem encontrar em Portugal?
O cachalote-pigmeu habita as águas tropicais, subtropicais e temperadas dos oceanos. Grande parte do conhecimento existente sobre a distribuição desta espécie é baseado na informação obtida dos animais arrojados.
Utilizam preferencialmente águas oceânicas e são mais frequentemente observados em águas entre os 400 e 1000m de profundidade, especialmente em áreas de afloramento que levam à concentração de zooplâncton e presas animais.
A informação sobre esta espécie em Portugal baseia-se quase exclusivamente em arrojamentos, que são pouco frequentes.

Quantos anos vivem e qual o seu ciclo de reprodução?
Acredita-se que possam viver até aos 23 anos, e atingem a maturidade sexual entre os 4-5 anos de idade. A época de acasalamento ocorre entre abril e setembro no hemisfério sul e de março a agosto no hemisfério norte. O período de gestação dura entre 9 a 11 meses e, no parto, a cria tem a particularidade nascer com a cabeça primeiro. A amamentação dura 1 ano.

Principais ameaças
Foi já descrita a captura acidental em pesca por redes de emalhar, cerco e palangre. Alguns animais arrojados continham plástico no estômago. Estima-se que as populações de cachalote-pigmeu sejam bastante reduzidas nos locais onde ocorre. Assim sendo, as ameaças de origem humana como a captura acidental em pesca pelágica, a poluição química e sonora e a colisão com embarcações podem representar um risco para a viabilidade desta espécie a longo prazo.

Comportamento
O seu comportamento no meio selvagem é pouco conhecido. Os seus movimentos são bastante discretos, nadando lentamente para a superfície onde fica em repouso por algum tempo. Por norma, são animais solitários, mas podem ocorrer em grupos pequenos de 2 a 3 animais. Possui um saco nos intestinos que contem um fluido vermelho-escuro. Quando assustado, expele este líquido que forma uma nuvem. Acredita-se que será para confundir ou desorientar os predadores. Tem um comportamento tímido e tende a afastar-se de embarcações.

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Autora: Marisa Ferreira

Marisa Ferreira é membro da equipa do projeto do Livro Vermelho dos Mamiferos. É também membro da Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem, co-coordenadora da Rede Regional (Norte) de Arrojamentos e do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, com particular interesse em mamíferos marinhos e a sua interação com atividades humanas.

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