Caso depare com um mamífero selvagem atropelado e morto numa estrada e deseje fazer o registo dessa ocorrência, para ajudar os cientistas na recolha de dados, deve respeitar um conjunto de regras.
Em primeiro lugar, não deve tocar no animal, uma vez que este pode ter doenças ou pode estar apenas ferido e reagir, mordendo ou arranhando, na tentativa de se defender.
Para fazer o registo fotográfico do cadáver do animal, é também importante parar o seu veículo em segurança numa berma da estrada, de forma a não perturbar o trânsito. Caso isso não seja possível, o melhor é não fazer esse registo.
Por outro lado, não se deve esquecer de colocar o colete de segurança quando sair do veículo e ter também atenção para nunca andar de costas em relação ao sentido do trânsito.
Quando estiver em segurança junto ao mamífero atropelado é aconselhável tirar as fotografias incluindo uma régua ao lado do cadáver, ou então uma caneta. Cada espécie de mamífero tem diferentes comprimentos de cabeça e corpo e ainda da cauda, e o seu registo ajuda os investigadores a identificarem de que animal se trata.
Por exemplo, os texugos apresentam em média um comprimento de cabeça e corpo que soma 73 centímetros, enquanto a cauda mede 15 centímetros. Já a pelagem é cinzenta e o focinho preto e branco.
Já as doninhas são menores: a cabeça e o corpo destes mamíferos carnívoros medem em conjunto entre 17 a 23 centímetros, enquanto que a cauda varia entre 3 e 7 centímetros de comprimento. A parte inferior do corpo é branca e a cauda é curta.
A captação de fotografias do mamífero atropelado deve realizar-se também a partir de vários ângulos. É igualmente muito importante registar as coordenadas de GPS do local onde se encontra.
Tenha atenção de que no caso de espécies protegidas como o lobo Ibérico e o lince Ibérico, que possuem sistemas organizados de recolha de espécimes, deverá contactar o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR (SEPNA): 808200520.
Do mesmo modo e para todas as espécies, sempre que haja suspeita de envenenamento, deverá contactar a mesma autoridade.
Por fim, se tiver essa possibilidade, avise a concessionária da estrada sobre esse ocorrência, de forma a que desimpeçam a via rodoviária.
Autor: Clara Grilo, coordenadora executiva do projecto de revisão do Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental e investigadora no CESAM