Cabra-montês. Foto: Arturo de Frias/Wikicommons

A trabalhar para saber como estão os nossos mamíferos

Censo da cabra-montês está em curso no Parque Nacional da Peneda-Gerês

(SETEMBRO/2020) Os investigadores da equipa de carnívoros e ungulados estão a dar continuidade ao censo da cabra-montês no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), em conjunto com o ICNF, para avaliar como a população desta espécie tem evoluído nos últimos anos.

Em 2011 e 2012, a Universidade de Aveiro já tinha feito um censo com o PNPG.

O método utilizado na realização deste censo é a realização de transectos, ou seja, percursos pré-definidos, com contagens destes mamíferos por todo o Parque Nacional.

A cabra-montês é o único mamífero no grupo dos ungulados para o qual está a decorrer um censo dirigido, uma vez que apenas a população desta espécie apresenta um estatuto de ameaça segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (LVVP), publicada em 2005, foi considerada Criticamente em Perigo.

Nos trabalhos de campo, vão começar também a realizar-se amostragens de carnívoros, recorrendo à armadilhagem fotográfica como método base. Esta vai ser  complementada por transectos, onde se vão registar os indícios de presença (excrementos, pegadas e outros) dos carnívoros em estudo.

No caso dos carnívoros, os investigadores estão a avaliar as espécies classificadas  como tendo Informação Insuficiente (DD) no LVVP e aquelas que estão incluídas nos anexos II, IV ou V da Directiva Habitats e que apresentam lacunas de conhecimento que impossibilitam a determinação do seu estado de conservação, pelo menos numa das regiões biogeográficas que existem em Portugal. Estas espécies são o arminho, a marta, o toirão, o gato-bravo e a gineta,esta última apenas na região Atlântica.

“Tanto os ungulados como os carnívoros são espécies emblemáticas com um valor sócio-cultural – e muitas vezes económico – muito importante um pouco por todo o mundo”, afirma Nuno Negrões, coordenador executivo equipa dos carnivoros e ungulados e investigador do CESAM.  “Estudar e conservar estas espécies é um grande desafio. São espécies que normalmente requerem áreas amplas para ser conservadas, o que nos obriga a trabalhar numa grande escala, com uma paisagem onde as atividades humanas e a conservação têm de andar de braço dado.” 

Nuno Negrões considera ainda que “isso requer que vejamos a investigação como uma ferramenta que nos ajuda não só a entender mas também a procurar soluções, apoiada numa multidisciplinaridade e num diálogo com a sociedade”. “Todas estas interacções são muito enriquecedoras para nós investigadores, profissionalmente e não só.”

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