Raposa (Vulpes vulpes). Foto: Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro

A trabalhar para saber como estão os nossos mamíferos

Câmaras de fotoarmadilhagem estão a registar carnívoros difíceis de ver

(Outubro/2020) Durante o trabalho de campo, investigadores, técnicos e vigilantes da natureza procuram indícios que ajudem a confirmar a presença de animais raros ou de difícil deteção, como é o caso dos mamíferos carnívoros. 

Das 14 espécies de mamíferos carnívoros terrestres que ocorrem regularmente em Portugal, só existe uma com comportamento diurno: o sacarrabos (Herpestes ichneumon). Todas as outras espécies são maioritariamente noturnas ou crepusculares, o que torna difícil a sua observação. Por esse motivo usamos métodos como a fotoarmadilhagem. 

Geneta (Genetta genetta). Foto: Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro

As câmaras utilizadas nesta metodologia dispõem de um sensor que é ativado sempre que é detetado algum movimento ou fonte de calor na sua área de ação, disparando uma fotografia ou registando um vídeo. 

Cada registo permite-nos saber que espécies, ou mesmo indivíduos, ocorrem naquele lugar e qual o seu período de atividade. Com esta informação podemos conhecer não só a sua distribuição, como também a abundância e outros aspetos da sua ecologia. 

Esta metodologia é particularmente importante para estudar espécies sobre as quais há um grande desconhecimento em Portugal, como a marta (Martes martes), o toirão (Mustela putorius), o arminho (Mustela erminea) e o gato-bravo (Felis silvestris). 

Texugo (Meles meles). Foto: Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro

No entanto, para cobrir extensivamente todo o território nacional, seria necessário instalar milhares de câmaras no terreno. Por isso, este projeto de revisão do Livro Vermelho associou-se a outras iniciativas que estão a decorrer atualmente, como o Censo Nacional do Lobo, com o objetivo de complementar a informação que recolhe. 

O Censo do lobo, além de utilizar metodologias mais específicas para detetar esta espécie, utiliza também as câmaras fotográficas. A sinergia entre diferentes projetos permite uma maior abrangência territorial e conseguir informação fundamental sobre a presença das espécies-alvo no âmbito da revisão do Livro Vermelho dos mamíferos. 

Caso encontre uma destas câmaras no campo, por favor, não interfira… Mas pode sempre fazer uma selfie. Caso já utilize uma destas máquinas fotográficas pode colaborar e partilhar os seus dados connosco.


Equipa dos carnívoros do projeto:

Nuno Negrões, Carlos Fonseca, João Carvalho, Rita Torres, Tânia Barros, Victor Bandeira, Margarida Santos-Reis, Francisco Petrucci Fonseca, Luís Miguel Rosalino, Paulo Célio Alves, Pedro Monterroso, Francisco Álvares, Margarida Fernandes

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